Thursday, November 10, 2005

A Saga do Presidente


Capítulo I: Lula O Irônico

A entrevista do presidente da República dada ao milésimo programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, foi um show.

As cortinas do teatro se abriram e vimos um monólogo épico em nossa televisão. Talvez nem o grande Shakespeare conseguisse montar um espetáculo com tanta perfeição.

Na verdade, se fosse um monólogo criado por William Shakespeare, a peça do presidente Lula, que foi ao ar ao vivo no dia 31 de outubro de 2005 (deste ano, registrei a data porque isso vai ser lembrado mais tarde), se enquadraria em comédia, ou uma grande atragédia, conforme os críticos teatrais.

O sinismo e a ironia com que ele respondeu às perguntas foram gritantes. Lula "desdisse" várias coisas que afirmou a pouco mais de duas semanas. Mas o que mais chamou a atenção foi a forma com que o Excelentíssimo Presidente se referiu ao mensalão e a José Dirceu.

Lula disse que nunca houve mensalão, e que Roberto Jefferson foi cassado por inventar tal mentira.

Disse que José Dirceu é inocente, que Dirceu será cassado por questões políticas.

O nobre presidente esquece que ele é a maior autoridade do país. E retrata bem a fidedignidade do povo brasileiro, para o bem e para o mal.

Para o bem, porque se o povo acreditar que o que o presidente disse é realmente verdade, o povo é muito igênuo e fiel. Acredita em Lula mesmo sabendo que ele está mentindo.

Para o mal, porque ali estava retratada a condição corrupta do povo brasileiro, que para livrar "os seus" mente discaradamente para mais de 180 milhões de pessoas, e ainda por cima, bota a culpa nos outros.

É brincadeira dele, não é?

Prof. Ribeiro 10 de novembro de 2005.